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quinta-feira, 6 de outubro de 2016

A Causa, Eu e meu Violão!


Por: Carlos Grison.

A causa tomou rumos incompreensíveis para mim e meu violão
Minh ‘alma anda cansada
Os olhos anuviados já não enxergam como antes
Minhas mãos destreinadas já não tocam como antes
Minhas crenças uma a uma vão ao chão
Como as folhas perdendo os seus  verdes  para o outono e enterrando-se no inverno

Não vejo mais no reflexo de meu espelho o espirito que me trouxe até aqui
Muito lodo pelo caminho muito descontentamento
Muitos sonhos aos redores sustentados apenas por riqueza
A pureza perdeu se n´algum lugar da estrada
Ainda exerço força em meus pensamentos para defender-me das investidas da cobiça
Mas há agora o questionamento corriqueiro que me atiça como um sopro aos ouvidos

De que valeram tantos anos tantas lutas por tua causa
O sopro pergunta e nem faz pausa...
Já nem com o teu violão consegues mais contar

Impedido de qualquer gesto e reação sonho acordado para que possa libertar-me
Em estase transporto-me para uma realidade paralela  
Onde todos são de fino trato e poucos trapos
Onde não faltam palavras de gentileza e a nobreza é medida por sorrisos e gestos não por posses

Dura pouco

O tempo para meu cigarro acabar

Acordo novamente em minha sacada
Com o olhar perdido fixo em uma pipa presa ao galho da arvore em frente a minha casa

A sensação é de que fui vencido
E assim me sentindo desnudo
Me alheio a tudo
Não me falta devoção
Talvez esteja apenas cansado
Até mesmo para meu fiel amigo violão

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