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quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

De Tudo é Longe.



Longe muito longe,
Pra entender onde uma andorinha se esconde,
Quando chove, sem ter pausa,
E a água por ralos se vai bem distante sem onde.

Calmo é tão calmo,
Como o vento no mar espalhando a crista da onda,
Quando venta, sem ter pausa,
E pelo horizonte se vai bem distante sem onde.

Sorrateira é sorrateira,
É a grama que cresce em meio a esse concreto,
Que é tão denso, tão sem vida,
E por entre as fissuras se vai sem ter onde.

Brilhante é tão brilhante,
A idéia que surge por todos os auto falantes,
Como música, um poema,
Que pelo o ar se vai sem ter onde.

Tranqüilo é tão tranqüilo,
Quando escuta o som de uma tranquila voz,
Que é tão doce e lhe acalma,
E por entre os sonhos se vai sem ter onde.

Triste é tão triste,
Quando se chega ao fim de uma coisa que é tão linda,
É o fim, derradeiro,
Que se vai para longe sem ter ninguém, nem porque e nem onde!

A Cria.

Por: Carlos Grison.

Ora pois, se a vontade de gritar me vem aos bofes
E faz com que eu sinta pena das pessoas inventadas
Tipo embalagens recicladas caminhando à esmo!
Não os vejo indefesos, e muito menos me atento
As necessidades de seus rostos,
Prefiro vê-los sorrindo, acreditando estar existindo,
Nesse paralelo convexo e distorcido.
Não me oponho e nem obrigo!
Quero mais é vê-los em seus postos
Orgulhosos da vaidade
Sem nenhuma autenticidade
Idolatrando as coisas tolas!
Não me convém pensar em muda-los nunca,
Sendo que com essa existência
Essa verdade vendida é a que me deu a cria
Me fez crescer e julgar passos
Sem eles eu sou o nada.
Assim como é a vela sem o vento
E a boca sem o beijo
Prefiro assim.
Tosco mesmo e sem surpresas
Inventando as singelezas
Com olhares de alegria
E sem pontos de partidas.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

A Chuva e a Saudade.



Se a saudade tivesse rosto e cheiro
Se ela falasse por inteiro
O que acontece no meu dia
Mandaria um abraço cheio de amor para todas as minhas tias

Para minha madrinha mandaria um beijo molhado
Daqueles que vemos nos filmes antigos
E que dão aquele arrepio tipo noite de frio
Mas que aconchega e nos da confiança

Enviaria também um buque de flores
Para todas minhas primas que sempre serão meus amores
Se a saudade tivesse forma e cor
Abraçaria também os meus primos que meus irmãos sempre foram e sempre serão

Se a saudade tivesse tato
Acariciaria o rosto de minha mãe
Massagearia seus pés aos finais de tarde
Tendo o por do sol como pano de fundo doirando tudo ao seu redor com sua dança colorída

Se a saudade tivesse gosto
Se tivesse voz e pudesse ser vista
Abraçaria meu irmão
Beijaria o seu rosto todas as manhãs

Se a saudade tivesse todas essas qualidades
Não seria mais a torturante pelo lusco fusco e o apogeu da noite
Seria então felicidade sem conhecer as ruas da distância
Seria a mensagem alegre com vida cor e voz daqueles que lembro e longe estão

E assim distante de todos que quero bem
Contento-me em imaginar
Que quando a chuva molha calma aquelas bandas de lá
Molha de saudade aqueles que tanto lembro de amar

Despertar.



Levita em teu berço morno
Calmo e atento aos desejos teus

Sente os estouros das manadas de vento
Acariciando teu rosto pálido
Fecha o olho e te envolva em tua colcha de retalhos
Tudo não passou de um breve momento
Que se perde em duros frangalhos

A escassez dos beijos que suavizam a tua queda lhe fere
Antes mesmo que tombes diante da tua bravata
Escutarás em retumbante tom
O grito torpe do vento que é tórrido

Mas por hora dorme
Envolve-te nesses meandros de pura e ardida culpa
Já que julga aos outros com olhares de desconfiança

E não te esquece da criança que chora
Da criança que clama
Por momentos de paz
Em meio a essa terra insana

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

O Retorno de Deus!



- Alô. Boa tarde! (eu novamente atendendo ao telefone da empresa na qual trabalho).

- Passa o Roberto para mim! (Vejam só... Deus novamente ligando em seus dias de fúria).

- Opa é Deus?

- Sim. Passa o Roberto ligeiro!

- Seguinte eu entendo que essa época é difícil para o senhor. Imagina lembrar de tudo aquilo que aconteceu com seu único filho o senhor deve ficar muito magoado não é?
Só que eu não estava lá não... então fala teu nome direitinho para eu passar a ligação por favor?

- Mas você é muito...

- Tu Tu Tu Tu Tu Tu Tu Tu Tu Tu Tu Tu Tu Tu Tu Tu Tu...

Ps : Deus realmente não aprende.

Demência II.



Uma mão se estende
Ele mal consegue abrir seus olhos
O que teria acontecido com a chama de seu peito
Por onde andaria sua sobriedade

Que teria ele feito na ausência de sua lucidez
Estivera longe
Estivera perdido
Um grito... Um grito se expande pelo corredor úmido

A mão o guia e ele mal percebe as cores da parede
Somente sente a umidade no ar
A respiração ofegante de seu bem feitor desconhecido
Sente que estivera perdido há muito tempo

Como não se conhecesse mais
Como se não reconhecesse o som da própria voz
Ele murmura... Quase um suspiro...
Onde estaria...

O que fizera nessa alongada falta de consciência
Onde estaria sua família em meio a essa turbulência
Por que estaria descalça
Teria ele livrado se de sua demência

Paziando.



Por: Weslei Moreli.


...Quero paz e tranqüilidade...
Poder ouvir mais sons de bichos...
Do que GRUNIDOS de gente...

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Paragens.



Paragens
Cama quente
Lençóis brancos amarrotados
Manhã calma serena derradeira
Seus olhos choram lágrimas ácidas
Sentindo solitude branda sorrateira
Trancando portões enferrujados
Vislumbrando sonhos
Esperançoso

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Invejoso.



E a música soco na cara do ano fica por conta do mestre Arnaldo!

Invejoso
Por: Arnaldo Antunes.

O carro do vizinho é muito mais possante
E aquela mulher dele é tão interessante
Por isso ele parece muito mais potente
Sua casa foi pintada recentemente

E quando encontra o seu colega de trabalho
Só pensa em quanto deve ser o seu salário
Queria ter a secretária do patrão
Mas sua conta bancária já chegou no chão

Na hora do almoço vai pra lanchonete
Tomar seu copo d'água e comer um croquete
Enquanto imagina aquele restaurante
Aonde os outros devem estar nesse instante

Invejoso
Querer o que é dos outros é o seu gozo
E fica remoendo até o osso
Mas sua fruta só lhe dá caroço

Invejoso
O bem alheio é o seu desgosto
Queria um palácio suntuoso
mas acabou no fundo desse poço

Depois você caminha até a academia
Sem automóvel e também sem companhia
Queria ter o corpo um pouco mais sarado
Como aquele rapaz que malha do seu lado

E se envergonha de sua própria namorada
Achando que os amigos vão fazer piada
Queria uma mulher daquelas de revista
Uma aeromoça, uma recepcionista

E quando chega em casa liga a tevê
Vê tanta gente mais feliz do que você
Apaga a luz na cama e antes de dormir
Fica pensando o que fazer pra conseguir

O que é dos outros
Querer o que é dos outros é o seu gozo
E fica remoendo até o osso
Mas sua fruta só lhe dá caroço

Invejoso
O bem alheio é o seu desgosto
Queria um palácio suntuoso
mas acabou no fundo desse poço

Jesus Cristinho.



Jesus Cristinho
Por: Tianastácia

Jesus Cristinho alumia nóis
É tanto sapo que a garganta dói
O mesmo erro a mesma inércia o mesmo tédio
Será alma doutro mundo que encostou ne nós
Eu tenho andado meio tão sem força
É resultado de tanto desgosto
No meu barraco nem reboco na parede
Mas a base é muito forte feito fundo posso

Brasileiro
Brasileira, não so só um

Vejo mudanças no ar
Nesse país lindo de samba e sol
Basta uma muda pra poder vingar
A intensão do nosso povo é muito boa
Precisamo é da semente prá pode plantar
Jesus Cristinho daí-nos sua benção
Que o caminho desse nosso andar
Dai-nos força pra seguir viagem
uma estrela que ilumine
o rumo que eu tomar

Brasileiro
Brasileira, não so só um

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Lágrima Psicodélica!



Hoje por intermédio de um amigo acessei este Blog o LÁGRIMA PSICODÉLICA!
Muitos sons para baixar. Um acervo legal as pampas!

Fica o link para copiar e colar.. É... O link deunateliano ainda insiste em não funcionar!

Segue o link abaixo!

http://lagrimapsicodelica2.blogspot.com/

Chuva.



Observando a chuva que cai molhando postes árvores e janelas
Lembro dos finais de tarde do tempo de quando era criança
Que com o corpo cheio de energia para fazer minhas estripulias
Observava-a como uma prisão minha mal feitora
Impedindo que saísse de casa e não pudesse brincar

Hoje depois desses anos todos
Vejo nossa bailarina molhada como amiga
Ela que antes era minha incansável carrasca e que com o anseio demorava a passar
Agora é um alívio para os meus olhos e ouvidos
Por que agora lavo a alma escutando a chuva cantar

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Demência Parte 1.



Ele retrocede
O abraço que impede a largada
Ele mesmo impele
A força bruta por toda a calçada

Voraz violento
Doce e claro do seu jeito
Fiel ao abstrato
Incomodado negando defeitos

Corta a grama vai até o porão
Tão sem sentido não quer entender
Que o paraíso não existe mais
E que a loucura lhe acometeu

Não insiste e resiste
As imagens lhe impõem medo
Antes mesmo que grite
Emudece seus pensamentos

Acumula insensatez
Faz do progresso sua ditadura
Tremendo as mãos e aos berros
Beirando sempre o sabor da demência

Cortando sonhos reais
Vertendo em planos astrais
Os seus olhos agora planam
Os campos de coloridos prantos

Não sabe mesmo de onde veio seus delírios
Então põe se aos prantos perante sua dor
Não sabe nada a seu respeito
Está perdido então pensa em voltar

E ajoelhado ali
Rezando a vela de um samba morto
Chorando suas pitangas amarelas mangas
Implora ávido por socorro

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Toada.



Peito zero
Nem uma palavra rimada
Não tem acerto ou desespero
Tudo está como deixei

Não há canção
Não existe tempo certo
Não me parece correto
O incerto incomoda

Estou sem frases
Acredite quemossabe
As paragens se extinguiram
Tornei-me então um andarilho

E o sol ardente
Reluzente em minha pele
Que me queima e envelhece
Canta a toada da manhã

E na pirraça
Não me resta uma desgraça
A lembrança vem de graça
Quase como um talismã

As peripécias de Chuck!



Deus disse: Façasse a luz!
Chuck Norris respondeu:
Peça por favor!

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Mão.



Mão que tateia o berço!
Acaricia o rosto tenso.
Tranqüiliza a criança aflita
E aponta a direção.

A mão que agride e corta
Soca esmurra amassa
Enruga enxuga descasca
Empurra encilha e faz o pão

Mão que cria melodias
Entorna o copo recria
Mão que pinta quadros
Esculhamba o infinito e dança

Mão que mata e assola
Faz o parto trata e educa
Mão que conduz e transporta
Mão que inicia e termina

Mão fria branca sem vida
Mão quente morena sem vida
Mão pequena branca sem vida
Mão ingênua sem pena sem fim.

Aliterando.



Por: Carlos Grison.

Fica a foto, o fato e a fila.
O fósforo, as felpas e os filamentos.
Fica a fome, a fama e os fardos.
Ficam as fichas, as fileiras e os fracos.

Pairam as preces, os pobres e as putas.
Pousam a palavras, os postes e os poetas.
Perdem as partes, os propósitos, os prepotentes.
Participam as plumas, as preces e os pêndulos.

Gracejam gotas em galhos gastos,
Gratos do gosto garantindo a gravura,
Gozando dos gritos de grandes guaridas,
Grupos sem ganhos guardados por guardas.

Luzes se lançam na linha de lama!
Lanças de lava se lavam e levam!
A luva da lava que é leve e louva,
Limpando do limbo a leveza da lua.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Mestre Tempo.



Sopramos as cristas das ondas que se formam no mar
Deitamos no chão fingindo não ter nada para fazer
Sentimos o vento que passa por entre nossos dedos e cabelos
Pensando sempre se realmente aprenderemos

Olha o tempo é coisa engraçada uma piada
Às vezes passa e pensamos que não nos diz nada
E quando abrimos nossos olhos parecendo que não veremos nada além
Surge novamente um novo brilho um novo sentimento

É a semente de um novo amanhã
É o agora nos dando o presente
E lá vamos nós novamente tentar fazer dar certo o que a gente já errou e só errou
Voltando a estradas que a gente já trilhou

Até pode ser que o brilho dos nossos olhos esteja diferente
Mais opaco menos aguçado menos intransigente
É que essa coisa de viver é complicada uma verdadeira loucura
E os anos passam parecendo que não entendemos nada

Mas aprendemos sim
Não esquenta não
Andar assim nessa procura de ser uma pessoa melhor
É complicado implicam algumas coisas simplificam outras chega a dar dó
Só de lembrar que quando tivemos as nossas passadas chances e ficamos tristes, magoados, orgulhosos olhando o tal bonde passar sem nos darmos uma chance, um brilho de esperança...

Mas eis que então dando gargalhadas como se nada tivesse acontecído
Recomeçamos...
Do nada...
Mais uma vez

E aí sim...
Sopramos as cristas das ondas que se formam no mar
Depois deitamos no chão fingindo não ter nada para fazer
Sentimos o vento que passa por nossas mãos e cabelos
E sentimos que é nessa loucura do recomeço do aprendizado que sempre viveremos

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Assuntos.



Calmo tão distante
Vejo as folhas que caem no chão do horizonte
Com paciência
Sem ter pressa se vão e se escondem em montes

Olhos tão serenos
São os olhos que choram em dias cinzentos
Criam água
E a mágoa se vai tão distante tão longe

Os suspiros Os sussurros
São as conversas que escuto por entre os murros
Na cidade que só cresce
E assim mesmo enlouquece e se expande

Puro é tão puro
Quando vejo teu sono no escuro
Tão morena descasada
E os lençóis que te cobrem protegem teus sonhos

Certo é o incerto
Que então mostra o caminho aos recém chegados
Amuados tão cansados
Que percebem que a chegada é o início de mais uma viagem