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quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

A Cria.

Por: Carlos Grison.

Ora pois, se a vontade de gritar me vem aos bofes
E faz com que eu sinta pena das pessoas inventadas
Tipo embalagens recicladas caminhando à esmo!
Não os vejo indefesos, e muito menos me atento
As necessidades de seus rostos,
Prefiro vê-los sorrindo, acreditando estar existindo,
Nesse paralelo convexo e distorcido.
Não me oponho e nem obrigo!
Quero mais é vê-los em seus postos
Orgulhosos da vaidade
Sem nenhuma autenticidade
Idolatrando as coisas tolas!
Não me convém pensar em muda-los nunca,
Sendo que com essa existência
Essa verdade vendida é a que me deu a cria
Me fez crescer e julgar passos
Sem eles eu sou o nada.
Assim como é a vela sem o vento
E a boca sem o beijo
Prefiro assim.
Tosco mesmo e sem surpresas
Inventando as singelezas
Com olhares de alegria
E sem pontos de partidas.

Um comentário:

  1. Muito legal! Parabéns pela sensibilidade, criatividade e talento.

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