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quarta-feira, 30 de abril de 2014

Solitude.


Por: Carlos Grison.

Aqui olhando para a chuva que traça as suas partituras majestosas por onde cai, penso nos dias de minha solitude.

Não.

Não pense que eu estou sentindo-me triste, nostálgico. Ela foi minha melhor amiga em tempos amargos onde minhas paredes viraram companheiras de meu choro ácido e derradeiro, tornando-se espectadoras dos sonhos meus.

Ela que sempre manteve se amiga agora anda longe e o preço é alto por ter ficado tão intimo dessa fiel companheira.

Sinto falta do silêncio brotando-me aos ouvidos e poder tocar nas cordas de meu violão imaginando que minhas canções nalgum dia encontrariam seus pertencentes.

Sinto falta das noites em que a lua ali nua, crua de seus sentimentos inspirava um quadro inteiro de serenas paragens aos olhos meus. E claro ela sempre ali. Minha fiel escudeira. Assim como a chuva é para a nuvem e o mar é para o sal... Completos.

Saudades de minhas alusões e ensaios sobre a vida que caminha em finas tiras até chegar ao seu fim que de mim penso ainda estar longe.

Minha querida amiga anda distraída.

Mas logo dará o ar da sua graça e aqui eu calo e apenas a espero.

Em silêncio como sempre eu espero.

Mantendo-me calmo. Assertivo em minhas palavras e mais cuidadoso ainda com meus pensamentos.

Por que dela já não mais dependo, mas toda vez que tento aproximar-me de alguém que desperta o meu interesse, lembro-me  de minha querida amiga perene e eu tento, eu juro que tento não boicotar os sentimentos para que com a solitude eu possa viver somente o fim do meu tempo.

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