Por: Carlos Grison.
Aqui olhando para a chuva que traça as suas partituras
majestosas por onde cai, penso nos dias de minha solitude.
Não.
Não pense que eu estou sentindo-me triste, nostálgico. Ela
foi minha melhor amiga em tempos amargos onde minhas paredes viraram
companheiras de meu choro ácido e derradeiro, tornando-se espectadoras dos
sonhos meus.
Ela que sempre manteve se amiga agora anda longe e o preço é
alto por ter ficado tão intimo dessa fiel companheira.
Sinto falta do silêncio brotando-me aos ouvidos e poder
tocar nas cordas de meu violão imaginando que minhas canções nalgum dia
encontrariam seus pertencentes.
Sinto falta das noites em que a lua ali nua, crua de seus
sentimentos inspirava um quadro inteiro de serenas paragens aos olhos meus. E
claro ela sempre ali. Minha fiel escudeira. Assim como a chuva é para a nuvem e
o mar é para o sal... Completos.
Saudades de minhas alusões e ensaios sobre a vida que
caminha em finas tiras até chegar ao seu fim que de mim penso ainda estar
longe.
Minha querida amiga anda distraída.
Mas logo dará o ar da sua graça e aqui eu calo e apenas a espero.
Em silêncio como sempre eu espero.
Mantendo-me calmo. Assertivo em minhas palavras e mais cuidadoso
ainda com meus pensamentos.
Por que dela já não mais dependo, mas toda vez que tento
aproximar-me de alguém que desperta o meu interesse, lembro-me de minha querida amiga perene e eu tento, eu
juro que tento não boicotar os sentimentos para que com a solitude eu possa viver
somente o fim do meu tempo.
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